quinta-feira, 21 de julho de 2016

Intoxicações'



O Médico Veterinário é treinado e estuda sobre diversos assuntos para estar apto para enfrentar quaisquer situações emergenciais. Uma delas, as intoxicações são um desafio a parte. Devido a grande variedade de compostos tóxicos para os animais, as vezes o diagnóstico se torna bem difícil. Somado a isso, a quantidade de veneno administrado, o tempo que o proprietário leva para trazer o paciente ao veterinário, o peso e o estado nutricional e imunológico do animal, podem ser a diferença do óbito e da salvação.

Irei dar uma ênfase mais aos intoxicantes mais comuns aos pequenos animais e a finalidade é basicamente instrutiva aos tutores. Meu objetivo não é dar nenhum tratamento a envenenamentos. Em caso de contatos com venenos, o tutor dever leva imediatamente ao médico-veterinário. Não deve procurar proprietário de balcão que vende "antitóxico". Isso não existe. O Médico Veterinário é o único profissional apto a salvar o seu pet.

Os intoxicantes mais comuns são os raticidas, os inseticidas, as plantas e animais venenosos.
Outras substâncias como etilenoglicol, um anticongelante utilizados em carros em países ou regiões de clima frios são mais incomuns. Essa incidência depende muito de que tipos de produtos que as pessoas residentes utilizam e onde elas moram. Por exemplo, pessoas que residem na cidade dificilmente poderão ter problemas com cobras ou sapos venenosos. Ao contrário de pessoas que moram em áreas rurais ou em sítios.

É sempre bom também evitar o contato direto com produtos de limpeza. São substâncias químicas que podem ter efeito corrosivo ou irritante e podem altamente prejudiciais se inaladas ou ingeridas. Até mesmo o contato na pele ou nos olhos podem causar danos ao animal. Esse tipos de produtos devem ser sempre guardados em locais altos e fora do alcance de crianças e animais.

Teoricamente, qualquer substância não adequada ao consumo animal pode causar prejuízos a cães e gatos. Nem todo alimento para consumo humano deve ser utilizado para consumo animal Cães e principalmente gatos tem o metabolismo completamente diferente do nosso. Então alguns cuidados são básicos. Na dúvida, pergunte ao seu veterinário de confiança se você pode ou não dar determinado alimento para seu pet. Exemplo comum é o chocolate que pode causar disfunções gastrointestinais e comportamentais em cães. Gatos devem evitar cebolas por exemplo, pois causa hemólise que pode ser fatal.

Inseticidas e raticidas são em geral os maiores causadas de intoxicações na rotina clínica veterinária. Geralmente o paciente começa a apresentar sintomas quase que imediatamente ao contato. Salivação, vômitos, agitação, convulsões são alguns dos sintomas mais comuns, variando é claro, na quantidade de veneno administrado. Não existe muito o que fazer. Não deve ser administrado leite ou outros alimentos, isso só fará aumentar a absorção do veneno. Leve diretamente ao veterinário para tomar as medidas cabíveis.

Banhos carrapaticidas podem causar, algumas vezes, intoxicação em cães e gatos e deve ser evitado. Hoje, no mercado existem diversos produtos muito mais seguros que o famigerado amitraz e que, apesar de serem mais caros, valem a pena pelo sucesso no controle dos parasitas e no seu efeito prolongado.

Se você tiver animais na sua residência, é sempre bom evitar o cultivo de algumas plantas que são sabidamente venenosas como "Comigo ninguém pode" ou "Espirradeira". Apenas estará facilitando o contato com seu animal de estimação. Prefira espécies que não tem venenos e se puder, evitar o acesso do animal ao local de cultivo. Animais venenosos como sapos, cobras, aranhas, escorpiões e abelhas podem ser evitados com limpeza e desmatamento do local anexo a residência. Em caso de dúvidas, existem unidades públicas ou até mesmo os bombeiros podem ajudar nesse quesito.

Se fosse para comentar sobre cada droga e seus efeitos, poderia ser escrito um livro sobre o assunto. Existem vários deles no mercado para se aprofundar sobre isso, mas um quesito básico para evitar esses e outros tipos de acidentes é a prevenção. Evitando o uso de venenos na sua própria residência, impedindo o acesso a produtos de limpeza, consumo de alimentos não indicados, limpeza do local onde o animal vive e preferencialmente, impedindo os "passeios" sem supervisão do tutor, você estará diminuindo e muito a chance do seu animal de estimação ser vítima de envenenamentos.

Dr. Alfredo Magalhães
Médico Veterinário
CRMV - CE 2273

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